Vera Parente

Vera Parente

🇬🇧Vera is the face behind Instagram's @ashistoriasdanossavida, an account to promote the love of books through her own family's daily life.

Who are you, Vera? Who are Eva and Henrique?
My name is Vera, I have a degree in Modern Languages and Literature, I live in London and work in digital marketing. At this moment, I dedicate myself exclusively to my two children, Henrique, who is two and a half, and Eva, who is six months old, as I’m on maternity leave. I’m passionate about children’s literature ever since I was a child and, as a very small girl, maybe four years old, encouraged by my parents and older brother, I dreamed about being able to read so I could travel inside books, as I saw them do when they read, a bit like Vera in Wonderland. I spent hours looking at books and using my mental power to be able to read, but it never worked. I learnt to read in primary school, and that was when I fulfilled one of my dreams. I share this great love with my children and we live surrounded by books. I read to them since they were born.
Henrique is very lively, a bit distracted and disorganized, but very affectionate and sociable, inseparable of our cat LaLa and his plush toy, the “Little Brown Mouse”. He loves all kinds of books, in Portuguese or English, but he especially likes books about animals, insects and dinosaurs. In his neverending favourites’ list you can find “O Cuquedo e Um Amor Que Mete Medo”, by Clara Cunha and Paulo Galindro, The Gruffalo”, “Zog” (as well as any others by this wonderful duo Julia Donaldson and Axel Scheffler) and “I Am Tiger”, by Karl Newson. 
Eva is very curious and observant, she’s always attentive to everything that happens and wants to participate in everything. She loves her brother and she finds everything he does funny, so maybe that’s why she already loves books. She already enjoys being read to and loves cloth, pop up and flap books. Lately, she has had fun exploring the books in the “Ver, Tocar, Sentir” collection, edited by Jacarandá in Portugal.

In what way did stories and books make an impression on you as a child? Do you keep an image of something or some book in particular?
Books made a huge impression on me during my childhood, I was a little bookworm, a bit like my children are today. I dreamed of the day when I was going to be able to read, something which became almost an obsession to me. But even before reading there was something that fascinated me: when I looked at the illustrations in a book I jumped inside and felt the overwhelming smells of the forest, I heard cars honking in big cities, I touched the wet earth in the jungle and heard the sound of lions roaring, all within the four walls of my home. Books granted me freedom and access to a thousand adventures and discoveries. When I learned to read, I realized that books were also a wide open door to knowledge. With my love for books, a passion for writing was born.
One of the happiest memories of my childhood was the day I learned how to read. I have so many, many happy memories related to books. On Christmas Day we used to start opening presents after dinner, but at midnight Father Christmas would leave the best gift of all when I behaved well (which always happened): a big book wrapped in dreams’ paper with a giant magic bow. At least, this is what it looked like for me.

How do you choose each of the books that you present to Eva and Henrique?
We have a very diverse taste when it comes to books. The most important thing that I try not to overlook when I choose books for them is that they have books available that meet their taste and interests (whether in terms of topic or book type). Then, I consider the topics I want to introduce and add books making (at least) a weekly rotation.
On one hand, we like the classics of children's literature, and since we have books in Portuguese and English, we have a vast library, between the books here at home and those we have in Portugal. I also try to choose original books, with contemporary messages, as well as books that allow direct interaction, as is the case of the books by Hervé Tullet, Cedric Ramadier, among others. I believe that this type of books brings the child closer to the book not only as an 'object' but as an entity, strengthening the affective bond with it. I must also confess that I am passionate about the kind of books that, although supposedly meant for children, will continue to make sense when my children are 30, 40 years old, as they convey timeless messages about life. I often say that our library is my legacy for them and my grandchildren. I really believe that.

How would you like books to influence them?
Just like with me, I would like books to represent an open door to knowledge, freedom, imagination and creation in their lives. I would like them to realize that sometimes a book contains the most important lessons in life, and above all, that they don't just stick to books. I would like books to open the door for them to live life experiences in the real world, ones that will allow them to be happy, and that will be a positive lever for their lives in every way.

Of all the picture books you’ve handled, which is the one that caused the biggest impression on you? Why or in which way?
The last one that had quite an impact on me was Kobi Yamada's "Maybe", brilliantly illustrated by Gabriella Barouch. It is one of those books that, as I mentioned before, even when read at 38, as is my case, still makes sense. I keep learning from them, those things that end up being forgotten with time.

If you could, who would you hug today?
My brother, undoubtedly. I miss his hug and lap dearly. As for love, it’s always present, even in his absence.


🇵🇹A Vera é o rosto por detrás da página de Instagram @ashistoriasdanossavida, uma conta dedicada à promoção do amor pelos livros através do dia-a-dia da sua própria família.

Quem és tu, Vera? Quem são o Henrique e a Eva?

Eu sou a Vera, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, moro em Londres e profissionalmente trabalho na área de marketing digital. Neste momento dedico-me exclusivamente aos meus dois filhos, Henrique, de dois anos e meio, e Eva, de seis meses, pois estou de licença de maternidade. Sou apaixonada por literatura infantil desde criança e ainda muito pequenina, tinha talvez 4 anos, incentivada pelos meus pais e irmão mais velho, sonhava saber ler para poder viajar para dentro dos livros, como os via a fazer quando liam, qual Vera no País das Maravilhas. Passava horas a olhar para os livros e a fazer ‘força mental’ para conseguir ler, mas não funcionava. Aprendi a ler na escola primária e realizei um sonho nesse dia. Partilho com os meus filhos este grande amor e vivemos rodeados de livros por todos os lados. Leio-lhes desde que nasceram. O Henrique é um vivaço, meio distraído e desorganizado, mas muito meigo e sociável, inseparável da nossa gata LaLa e do seu peluche do “Ratinho cor de avelã”. Adora todo o tipo de livros, em Português e Inglês, mas gosta principalmente de livros sobre animais, insetos e dinossauros. Entre a interminável lista de preferidos dele estão o “O Cuquedo e um amor que mete medo”, de Clara Cunha e Paulo Galindro, The Gruffalo”, “Zog” (bem como qualquer um da maravilhosa dupla Julia Donaldson e Axel Scheffler) e “I am tiger”, de Karl Newson. A Eva é muito curiosa e observadora, está sempre atenta a tudo o que acontece e quer participar em tudo. Adora o irmão e acha engraçado tudo o que ele faz, talvez por isso já não resista a livros. Já gosta de ouvir ler para ela e adora livros de pano, de pop up e de flaps. Ultimamente tem-se divertido a explorar os livros da coleção “Ver, Tocar, Sentir”, em Portugal editados pela Jacarandá.

De que forma as histórias contadas e os livros te marcaram na infância? Guardas a imagem de algo ou algum livro em particular?
Os livros marcaram-me imenso na minha infância, eu era uma pequena devoradora de livros, um pouco como os meus filhos agora. Sonhava com o dia em que ia ser capaz de ler, essa tornou-se quase uma obsessão para mim. Mas ainda antes de ler havia uma coisa que me fascinava: quando olhava para as ilustrações de um livro, saltava para dentro dele e sentia os cheiros avassaladores da floresta, ouvia os carros buzinar nas grandes cidades, tocava a terra molhada da selva e ouvia o som dos leões a rugir, tudo dentro das quatro paredes da minha casa. Os livros proporcionavam-me liberdade e acesso a mil aventuras e descobertas. Quando aprendi a ler, percebi que além disso os livros eram uma porta escancarada para o conhecimento também. Com o meu amor pelos livros, nasceu ainda a paixão pela escrita. 
Uma das imagens mais felizes da minha infância foi o dia em que aprendi a ler, e tenho tantas, imensas memórias felizes relacionadas com os livros. No dia de Natal tínhamos o hábito de ir abrindo os presentes a seguir ao jantar, mas à meia noite o Pai Natal deixava a melhor prenda de todas quando me portava bem (que era sempre): um grande livro embrulhado em papel de sonhos com um laçarote gigante mágico. Pelo menos, aos meus olhos era assim…

Como eleges cada um dos livros em que viajas com o Henrique e a Eva?
Temos um gosto muito diversificado no que toca a livros. O mais importante e que tento não descurar quando escolho livros para eles é terem à disposição livros que vão ao encontro dos seus gostos e interesses (seja em termos de temática ou de tipologia de livro). A partir daí e dos temas que quero introduzir, vou acrescentando livros e fazendo rotação (pelo menos) semanal.
Gostamos, por um lado, dos clássicos da literatura infantil, e visto que temos livros em Português e Inglês, temos uma biblioteca vasta, entre os livros cá de casa e os que temos em Portugal. Tento também eleger livros diferentes, com mensagens atuais, bem como livros que permitam a interação direta da criança com o livro, como é o caso dos livros de Hervé Tullet, Cédric Ramadier, entre outros. Acredito que este tipo de livros aproxima a criança do livro não apenas como ‘objecto’, mas como entidade, estreitando o laço afetivo com o mesmo. Também me confesso apaixonada pelo género de livros que, embora sendo supostamente livros infantis, continuarão a fazer sentido quando os meus filhos tiverem 30, 40 anos, pois transmitem mensagens intemporais sobre a vida. Costumo dizer que a nossa biblioteca é o meu legado para eles e para os meus netos. Acredito de facto nisso.

Como é que gostarias que os livros os transformassem?
Gostaria que, como para mim, os livros representassem nas suas vidas uma porta aberta para o conhecimento, para a liberdade, para a imaginação, para a criação. Gostaria que percebessem que por vezes um livro encerra as mais importantes lições da vida, e acima de tudo, que não se fiquem pelos livros. Gostaria que os livros lhes abrissem a porta para viverem experiências no mundo real que lhes permitam ser felizes, que sejam uma alavanca positiva nas suas vidas em todos os sentidos.

De todos os livros infantis que já te passaram pelas mãos, qual o que teve um impacto mais transformador? Porquê ou de que forma?
O último que causou bastante impacto foi o "Maybe", de Kobi Yamada, ilustrado brilhantemente por Gabriella Barouch. É um daqueles livros que falei ainda há pouco, que sendo lidos aos 38, como é o meu caso, ainda fazem sentido, continuo a aprender com eles, aquelas coisas que acabam por ficar esquecidas com o tempo. 

Se pudesses, a quem darias um abraço apertado hoje?  
Ao meu irmão, sem dúvida. Tenho muitas saudades do seu abraço e do seu colo. O amor, esse, está sempre presente, até na ausência.

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