🇬🇧Mércia is the face behind @montessori.em.casa on Instagram, an account about conscious parenting based on the Montessori pedagogy.
Who are you, Mércia? Who are Luna, Benjamim and Pilar?
Luna was the first little girl who loved her mother's readings and asked to be told the same story over and over again. That little girl, who without being able to read, would turn the pages of a book and tell the story exactly as she had listened to, always with an expression of immense happiness. She always loved books and had an enormous feeling of respect for them. Today, at the age of 10, she reads more, but she is still fascinated when she hears the stories we tell her brother, who is almost 3 years old, and she shows a very tender affection when, on her own initiative, she asks to tell the stories to her brother.
Benjamim started even earlier to love books, I believe that much is due to the contact I had with the Montessori pedagogy, I developed special attention to the way we make books available, the quantities and the kind of books. He loves listening to stories, but when he is most delighted is with more scientific books with very real images and he asks voraciously all the names of everything he finds in the books but doesn't yet know about. He holds books with a lot of respect and puts them back in his bookcase with a lot of affection.
Pilar is a three-month-old baby, and though you may think she still doesn't care about books, you couldn’t be more wrong. Her father has already said several times that he loves to see me lying on the floor with picture books only, no text, telling her fascinating stories and being answered by her beautiful smiles and already some delightful sounds.
In what way did stories and books make an impression on you as a child? Do you keep an image of something or some book in particular?
In my childhood I never had much contact with reading, it was in my adolescence that books awoke in me a greater desire to always have good reading with me. I owe this to my Portuguese teacher for the eloquent way in which she read.
How do you choose each of the books that you present to your children?
We always look for the interests of the moment. Luna, being older, loves hero books and stories with more action.
As Benjamin is only 3 years old, we have a special preference for books that don't have information about things that don't exist in reality, such as fairies, dragons and witches. We prefer to wait until he can better distinguish reality from fantasy. All the other books are always welcome in our home, although I pay special attention to amusing stories with a nice moral.
Pilar, as she is a baby, we choose books with visual contrasts and with real pictures, preferably cardboard books so that later she can handle them without damaging them.
How would you like books to influence them?
I am sure that little by little this transformation will happen. For the general interest of life, my children love to observe nature and explore the books at home and relate the books to their experiences. Caring for books is also something they show from an early age and that respect is such an important value for life. I believe that with these gestures in childhood we will have in the future a society with more empathy and caring for others.
Of all the picture books you’ve handled, which is the one that caused the biggest impression on you? Why or in which way?
I pick a book that obliges me to stay focused so I don't get too emotional, and because Benjamim gets even more loving with me, the story is of such pure simplicity. As a mother I can't help but get goosebumps every time I read it. I believe it is a book that portrays in such an uncomplicated way, but at the same time so rich, how great and unequaled is the love we have for our children, whatever moment in life we are all going through.
The book is "Meu Amor" by Astrid Desborde and Pauline Martin by Edicare.
If given the chance, who would you hug today?
My maternal grandmother and my father. They are two people who are no longer alive, but who will always be in my heart.
...
🇵🇹Mércia é a cara por trás da conta de Instagram @montessori.em.casa, onde aborda parentalidade consciente baseada na pedagogia Montessori.
Quem és tu, Mércia? Quem são a Luna, o Benjamim e a Pilar?
Sou uma mãe que adora ler para os filhos e divirto-me imenso a criar vozes diferentes à medida que vamos explorando o livro e descobrindo cada personagem nas leituras. Não nasci com muitos livros à minha volta, mas recordo com especial carinho uma professora de português de 3º ciclo, foi através dela que surgiu o incentivo à leitura, desde esse momento que a leitura começou a fazer parte da minha vida.
A Luna foi a primeira filha pequenina que amava as leituras da mãe e pedia para contar a mesma história vezes e vezes sem conta. Aquela menina, que sem saber ler, virava as páginas do livro e contava a história exatamente como tinha ouvido e sempre com um ar de imensa felicidade. Sempre apreciou os livros e tinha um sentimento de respeito enorme por eles. Hoje com 10 anos as suas leituras são outras, mas continua fascinada a ouvir as histórias que contamos ao irmão de quase 3 anos e demonstra um carinho muito ternurento quando, por sua iniciativa, pede para contar as histórias ao mano.
O Benjamim começou ainda mais cedo a adorar livros, acredito que muito se deve ao contato que tive com a pedagogia Montessori, desenvolvi especial atenção à forma como disponibilizamos os livros, às quantidades e ao género de livros. Ele adora ouvir histórias, mas onde ele fica mais encantado é nos livros mais científicos com imagens bem reais e pergunta com voracidade todos os nomes de tudo o que encontra nos livros que desconhece. Pega nos livros com muito respeito e volta a guardar os livros na sua estante com imenso carinho.
De que forma as histórias contadas e os livros te marcaram na infância? Guardas a imagem de algo ou algum livro em particular?
Na minha infância nunca tive contato com muita leitura, foi já na adolescência que os livros despertaram em mim uma maior vontade de ter sempre comigo uma boa leitura. E devo esse despertar à minha professora de português pela forma eloquente como fazia as leituras.
Como eleges cada um dos livros em que viajas com os teus filhos?
Procuramos sempre os interesses do momento. A Luna sendo mais velha adora livros de heróis e histórias com mais ação.
O Benjamim por ainda só ter 3 anos, temos especial preferência por livros que não tenham informações de coisas que não existam na realidade, como por exemplo: fadas, dragões, bruxas. Preferimos aguardar para quando ele conseguir melhor distinguir a realidade da fantasia. Todos os restantes livros são sempre bem acolhidos na nossa casa, embora dê especial atenção a histórias divertidas e com uma moral bonita.
A Pilar por ser bebé escolhemos livros com contrastes visuais e com imagens reais, de preferência livros cartonados para que mais tarde possa manipular sem danificar.
Como é que gostarias que os livros os transformassem?
Tenho a certeza que aos poucos essa transformação vai acontecendo. Pelo interesse geral da vida, os meus filhos adoram observar a natureza e explorar os livros em casa e relacionarem os livros às experiências vividas. O cuidado com os livros é também algo que revelam ter desde muito cedo e esse respeito é um valor tão importante para toda a vida. Acredito que com estes gestos na infância teremos no futuro uma sociedade com mais empatia e carinhosa com os demais.
De todos os livros infantis que já te passaram pelas mãos, qual o que teve um impacto mais transformador? Porquê ou de que forma?
Escolho um livro que preciso concentrar-me para não ficar demasiado emocionada, e porque o Benjamim fica ainda mais amoroso comigo, a história é de uma simplicidade tão pura. Enquanto mãe não consigo deixar de ficar arrepiada sempre que o leio. Acredito que é um livro que retrata de uma forma tão descomplicada, mas ao mesmo tempo tão rica o quanto é grande e inigualável o amor que temos pelos nossos filhos, seja qual for o momento da vida que estejamos todos a passar.
O livro é “Meu Amor” de Astrid Desborde e Pauline Martin da editora Edicare.
Se pudesses, a quem darias um abraço apertado hoje?
À minha avó materna e ao meu pai. São duas pessoas que já não estão presentes em vida, mas que estarão sempre no meu coração.