🇬🇧Anastasia is the face behind @mama_bird_of_three on Instagram, an account where she addresses homeschooling and respectful parenting.
Who are you, Anastasia? Who are Evan, Tristan and Artur?
I like to think of us as citizens of the world. We are a homeschooling family who share a passion for travelling, reading and creating. Evan is a writer and since recently he has developed a passion for virology. Tristan is a programmer and nature lover. Artur is an athlete who doesn’t part with his bike. As for me I am a writer who at the moment is taking a long pause to homeschool my trio.
In what way did stories and books make an impression on you as a child? Do you keep an image of something or some book in particular?
I was born in the Soviet Union where everything including books was a deficit and everything American was simply forbidden. I never read Roald Dahl as a child, I never heard of him. Now I am discovering a lot of writers with my children, like Beverly Cleary, for instance. I am living my second childhood surrounded by beautiful and meaningful books.
When I was a child I remember reading Jules Verne and dreaming of travelling. Later on it was Dumas and Russian classics, of course. But my very first chapter book that I read by myself at the age of 6 was Astrid Lindgren’s “Karlsson on the Roof”. I have recently finished reading it aloud to my middle son and it was bittersweet. Astrid has a special place in my heart and on our bookshelves.
How do you choose each of the books that you present to your children?
I spend hours choosing books. My boys are trilingual and reading in my mother tongue (Russian) to them is very important for me. Thanks to the Russian publishing market we have access to Scandinavian, Dutch, German, French and Italian literature. Nordic literature is particularly good. They seem to have understood how to talk to a child and adolescent without preaching. Ulf Stark is my eldest son’s favorite Swedish writer. And we adore Maria Parr, a modern day Astrid Lindgren. We have also grown to really enjoy Anna Woltz, an amazing Dutch writer.
When choosing books I pay attention to the aesthetic component - illustrations, the cover, the quality of edition in general. We own a lot of paperbacks that are ideal to read when on the road or to pass to friends but we also are very proud of the multi-genre collection of beautifully edited books.
A lot of my homeschooling is about choosing books for my sons based on their interests and character. I must say each of them is so different that they hardly ever exchange books (with the rare exception of Harry Potter, maybe).
How would you like books to influence them?
I strongly believe in raising critical thinkers. We live in the age when everything changes rapidly and no one really knows what skills will be needed when my sons are my age. But a reading child is a thinking child. By reading I don’t mean merely swallowing books but being able to discuss them, understand the character development and the writer’s message, etc. I emphasize the importance of reading books where girls are protagonists, enjoying children’s classics, reading about different races, religions, nationalities, reading authors from different countries. To help them do that we have family bookclubs and I continue reading aloud to each of them every day, even to my now adolescent son. Reading is about connection.
Of all the picture books you’ve handled, which is the one that caused the biggest impression on you? Why or in which way?
I have been reading picture books for 11 years now. With my eldest son it was the book “Dot” by Peter Reynolds that moved me to tears. Back then I thought how wonderful it would be if all teachers could see a child’s heart that way.
I must confess that only with my youngest son, who is in no hurry to start on chapter books, did I fully enjoy myself reading picture books from Eric Carle’s fantastic collage board books and Julia Donaldson’s poetry, that speak to so many children and adults alike, to recently discovered by us and absolutely delicious Arnold Lobel’s “Frog and Toad” and currently enjoyed Munarik’s “Little Bear” series illustrated by Maurice Sendak.
If given the chance, who would you hug today?
My parents from whom I am separated by the pandemic, always my husband and sons and maybe Kate DiCamillo who wrote “The Miraculous Journey of Edward Tulane” which is just perfection (also I never cried that much over a book, good tears those were).
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🇵🇹Anastasia é a cara por trás da conta de Instagram @mama_bird_of_three, onde aborda a experiência de homeschooling da sua família, bem como reflexões sobre parentalidade respeitadora.
Quem és tu, Anastasia? Quem são o Evan, o Tristan e o Artur?
Gosto de pensar em nós como cidadãos do mundo. Somos uma família que partilha a paixão de viajar, ler e criar. Evan é escritor e desenvolveu, recentemente, uma paixão por virologia. Tristan é programador e amante da natureza. Artur é um atleta que não se separa da sua bicicleta. Quanto a mim, sou uma escritora que neste momento está a fazer uma longa pausa para fazer ensino doméstico do seu trio.
De que forma as histórias contadas e os livros te marcaram na infância? Guardas a imagem de algo ou algum livro em particular?
Eu nasci na União Soviética, onde tudo, incluindo os livros, era deficitário e tudo o que era americano era simplesmente proibido. Nunca li Roald Dahl quando era criança, nunca ouvi falar dele. Agora estou a descobrir muitos escritores com os meus filhos, como Beverly Cleary, por exemplo. Estou a viver a minha segunda infância rodeada de livros bonitos e significativos.
Quando era criança, lembro-me de ler Júlio Verne e de sonhar em viajar. Mais tarde foi Dumas e clássicos russos, claro. Mas o meu primeiro livro de capítulos, que li sozinha aos 6 anos de idade, foi "Karlsson on the Roof", de Astrid Lindgren. Acabei recentemente de o ler em voz alta para o meu filho do meio e foi agridoce. Astrid tem um lugar especial no meu coração e nas nossas estantes.
Como eleges cada um dos livros em que viajas com os teus filhos?
Passo horas a escolher livros. Os meus rapazes são trilíngues e a leitura na minha língua materna (russo) para eles é muito importante para mim. Graças ao mercado editorial russo temos acesso a literatura escandinava, holandesa, alemã, francesa e italiana. A literatura nórdica é particularmente boa. Eles parecem ter compreendido como falar com uma criança e um adolescente sem pregar. Ulf Stark é o escritor sueco preferido do meu filho mais velho. E nós adoramos Maria Parr, uma Astrid Lindgren dos tempos modernos. Também temos aprendido a apreciar realmente Anna Woltz, uma incrível escritora holandesa.
Ao escolher livros presto atenção à componente estética - ilustrações, a capa, a qualidade da edição em geral. Temos muitos livros de bolso que são ideais para ler quando estamos em viagem ou para passar aos amigos, mas também temos muito orgulho na colecção multi-género de livros editados de forma maravilhosa.
Muito do meu ensino doméstico consiste em escolher livros para os meus filhos com base nos seus interesses e carácter. Devo dizer que cada um deles é tão diferente que quase nunca trocam livros (com a rara excepção dos de Harry Potter, talvez).
Como é que gostarias que os livros os transformassem?
Acredito profundamente na criação de pensadores críticos. Vivemos numa era em que tudo muda rapidamente e ninguém sabe realmente que aptidões serão necessárias quando os meus filhos tiverem a minha idade. Mas uma criança que lê é uma criança que pensa. Ao falar de ler não me refiro apenas a engolir livros, mas a ser capaz de os discutir, compreender o desenvolvimento do carácter e a mensagem do escritor, etc. Sublinho a importância da leitura de livros em que as raparigas são protagonistas, apreciando os clássicos infantis, lendo sobre diferentes raças, religiões, nacionalidades, lendo autores de diferentes países. Para as ajudar a fazer isso, temos clubes de leitura familiares e eu continuo a ler em voz alta para cada um deles todos os dias, mesmo para o meu filho agora adolescente. A leitura é uma forma de ligação.
De todos os livros infantis que já te passaram pelas mãos, qual o que teve um impacto mais transformador? Porquê ou de que forma?
Há 11 anos que leio livros ilustrados. Com o meu filho mais velho foi o livro "Dot", de Peter Reynolds, que me levou às lágrimas. Nessa altura, pensei como seria maravilhoso se todos os professores pudessem ver o coração de uma criança dessa forma.
Devo confessar que só com o meu filho mais novo, que não tem pressa de começar a ler livros de capítulos, é que me apreciei plenamente ler livros com as fantásticas colagens de Eric Carle e a poesia de Julia Donaldson, que falam a tantas crianças e a tantos adultos, e os recentemente descobertos por nós e absolutamente deliciosos "Frog and Toad" de Arnold Lobel, tendo recentemente gostado da série "Little Bear" de Munarik, ilustrada por Maurice Sendak.
Se pudesses, a quem darias um abraço apertado hoje?
Aos meus pais de quem estou separada pela pandemia, sempre o meu marido e filhos e talvez Kate DiCamillo que escreveu "The Miraculous Journey of Edward Tulane" que é perfeição pura (também nunca chorei tanto por causa de um livro, boas lágrimas essas foram).