Aleksandra Zając

Aleksandra Zając

🇵🇹 Aleksandra Zajac é a ilustradora de O Que Fazem os Sentimentos Quando Ninguém Está a Ver. Podem encontrá-la no Instagram em @ale.zajac.

Como seria o "Era uma vez uma menina chamada Aleksandra”? Que história nos contaria?
Seria uma história sobre uma menina cuja atividade preferida era desenhar e fazer histórias na sua cabeça. Tanto assim era que quando não havia papel na nossa casa (os blocos de papel eram bastante caros na altura, e enchiam muito rapidamente), os meus pais "sacrificaram" um quarto no nosso apartamento para que eu e o meu irmão mais velho (pessoa autista que também adora desenhar) pudéssemos desenhar histórias em várias camadas nas paredes.

Como foste parar às páginas de um livro infantil?
Acho que foi um sonho tão desejado, porque sempre adorei livros e na verdade nunca deixei de desenhar durante muito tempo, embora tenha havido períodos em que duvidei do meu talento.
A primeira etapa foi antes da escolha dos estudos e acabei por me candidatar a Literatura Polaca. Após o meu bacharelato, porém, atrevi-me a mudar de curso e a fazer os exames da escola de arte. Lá, percebi que queria continuar a expressar-me através das belas artes e pude finalmente mergulhar nos livros pelo lado visual.
Fiz o primeiro livro ilustrado sobre criaturas peludas que encarnam as emoções indisciplinadas e difíceis como um projecto para o concurso para a Two Sisters Publishing House. A minha recompensa pessoal foi chegar à exposição pós-competição e anos mais tarde um e-mail da editora com uma proposta para ilustrar o texto de Tina Oziewicz sobre sentimentos (que sorte!). Esta proposta surgiu de forma inesperada cinco anos após o concurso, quando duvidada novamente do meu talento artístico, trabalhando a tempo inteiro numa agência de publicidade e desenhando apenas para mim. Graças à Tina e à editora, que gostaram das ilustrações de teste, pude acreditar em mim mais uma vez.

Quando crias uma história, tentas transformar a criança que vai descobrir a tua obra? Se sim, de que forma e qual o teu principal propósito?
Não gostaria de mudar ninguém ou influenciar o leitor (quer seja uma criança pequena ou um adulto) a não ser para criar espaço para eles mergulharem na história e talvez verem-se a si próprios nas minhas ilustrações. Acho que é por isso que adoro livros, por este espaço íntimo onde podemos encontrar uma parte de nós próprios.

Dada a possibilidade de escolher qualquer um, que livro gostarias de ter escrito e ilustrado?
Esta é uma questão muito difícil e talvez até demasiado ousada, porque a maioria das histórias fantásticas já foram magnificamente ilustradas e essas imagens estão profundamente enraizadas em mim. Espontaneamente, um livro de Otfried Preussler "Hubert in a Big Hat" veio-me à cabeça (excelentemente ilustrado por Jerzy Filsak na edição polaca), para o qual fiz algumas ilustrações há muito tempo apenas por diversão. Adoraria tentar ilustrá-lo de novo, para ver como estes desenhos seriam diferentes hoje em dia.

Se pudesses reencontrar-te em criança, que conselho darias a ti própria?
Faz aquilo que amas.



🇬🇧 Aleksandra Zajac is the illustrator of What Feelings Do When No One's Looking. You can find her on Instagram at @ale.zajac.

How would "once upon a time, there was a little girl called Aleksandra” go? What story would it tell us?
It would be a story about a girl whose favourite activity was drawing and making stories in her head. So much so that when there was no paper in our house (paper pads were quite expensive at that time, and they filled up very quickly), my parents "sacrificed" one room in our apartment so me and my older brother (autistic person who loves drawing as well) could draw multi-layered stories on the walls.

How did you find yourself in the pages of picture books?
I guess it was such a long-awaited dream, because I always loved books and actually I never stopped drawing for a long time, but there were periods when I doubted my talent. The first such stage was before the choice of studies and finally I applied to study Polish Literature. After my bachelor's degree, however, I dared to change the course and took the art school exams. There, I realised that I wanted to continue to express myself through the fine arts and I could finally delve into books from the visual side. I made the first picture book about hairy creatures that embody the unruly and difficult emotions as a project for the competition of the Two Sisters Publishing House. My personal reward was getting to the post-competition exhibition and years later an e-mail from the publisher with a proposal to illustrate Tina’s Oziewicz text about feelings (how lucky!). This proposal came unexpectedly 5 years after the competition, when I doubted my artistic talent a bit again, working full-time at an advertising agency and drawing just for myself. Thanks to Tina and the publisher, who liked the test illustrations, I could believe in it once again.

When you create a story, do you ever try to transform the little child who will be on the other side of your work? If so, how and what is your main purpose?
I would not like to change anyone or influence the reader (whether it is a little child or an adult) other than to create space for them to immerse themselves in the story and maybe see themselves in my illustrations. I guess that’s why I love books, for this intimate space where we can find a part of ourselves.

If you could choose any existing book, which one would you have liked to have written/illustrated yourself?
This is a very difficult question and maybe even too bold, because most fantastic stories have already been beautifully illustrated and these images are deeply embedded in me. Spontaneously, a book by Otfried Preussler "Hubert in a Big Hat" came to my mind (excellently illustrated by Jerzy Filsak in the Polish edition), for which I made a few illustrations a long time ago just for fun. I would love to try to illustrate it anew, to see how different these drawings would be today.

What advice would you give your younger self if you could go back in time?
Do what you love.

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