🇬🇧Paula is a mother, a nature and travel lover and a handmade enthusiast. You can find her on Instagram @vik_and_paule.
Who are you, Paula? Who are Tomé and Gaspar?
My name is Paula, I’m 36 years old, and am married to Vitor, whom I met at medical school. Together we have two children, Tomé, aged 5, and Gaspar, aged 3. I was born in Paris, the city of my heart, and came to live in Portugal when I was 9 years old. I have been a doctor for over 10 years. But in 2016, my life took a big turn, with the birth of my first child. I put my personal and family life at the forefront by leaving the national health service. I am happy with this choice. I currently work as a doctor part-time, which allows me to spend more time with my children.
In what way did stories and books make an impression on you as a child? Do you keep an image of something or some book in particular?
My sister always read many stories to me. Being fifteen years older, she was always a second mother to me and she was the one who gave me a taste for reading. She used to give me books so that I could continue training my French. One of the books I have never forgotten, a relic which I still keep, is a book with several Disney stories (the Jungle Book, Beauty and the Beast, Cinderella....). I used to read the book over and over, draw in the book,... today I can see the pencil marks I made to copy the princesses' pictures. Another book that made an impression on me was "The Daughters of Doctor March" by Louise May Alcott.
How do you choose each of the books that you present to Tomé and Gaspar?
Most of the time, it's me who chooses the book we're going to buy. Other times it's them. Most are bought to address a theme that fits a given situation in our daily lives. For example, when Tomé was afraid of wolves I bought Mac Barnett's book "The Wolf, the Duck and the Mouse" or when Gaspar had trouble cooperating in tidying up his toys I bought "This is Not a Jungle". We rotate our books, that is, I put a selection of books on bedroom’s bookshelf, and change them every other week. Other examples are seasonal transitions or birthday parties with themes based on a specific book... Tomé's last birthday was "sailor" themed and the book that accompanied us was "Hello, Lighthouse!”. It was simply beautiful. In our bedtime routine, they always choose which book we're going to read. Sometimes it's hard to reach common grounds but we always come to an agreement.
How would you like books to influence them?
I know that books are currently a part of their lives and I would like it to continue being so. I believe that books are a child's "best toy". It is a time for sharing between us, as well as being a way to stimulate the imagination. I hope that when they are old and see our books, our moments will come to their minds. I usually put the date and a little dedication on the first page about why the book is there. We buy books in Portuguese, French and English so they get used to that. Besides, whenever we travel, we usually bring 1 children's book in the language of the country we're visiting. Even if it's a language we don't understand, we make up a story by looking at the pictures.
Of all the picture books you’ve handled, which is the one that caused the biggest impression on you? Why or in which way?
I can't pick one. Almost every book we read at home played its part at some point. We love reading Gerda Muller's little seasons’ books because the pictures effectively portray the activities we do. And we love the Mac Barnett/Klassen books for the dark humour and fun moments that are created.
If given the chance, who would you hug today?
To my father. He passed away last year. I would give anything to be able to hug him. We have a children's book that supported me and my children through that time of grief. The book is called "The Drop of Water". It has beautiful illustrations and explains death in a very simple and beautiful way through the drop of water that ends up mixing with the sea without ceasing to be water, just losing its drop shape.
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🇵🇹A Paula é mãe, amante da natureza, apaixonada por viajar e entusiasta de manualidades. Podem encontrá-la no Instagram en @vik_and_paule.
Quem és tu, Paula? Quem são o Tomé e o Gaspar?
Chamo-me Paula, tenho 36 anos, estou casada com o Vítor que conheci na faculdade de medicina. Juntos temos 2 filhos, o Tomé com 5 anos e o Gaspar com 3 anos. Nasci em Paris, a minha cidade do coração, e vim viver para Portugal com 9 anos. Sou médica há mais de 10 anos. Mas em 2016, a minha vida deu uma grande reviravolta, com o nascimento do meu primeiro filho. Coloquei a minha vida pessoal e familiar em primeiro plano, ao sair da função pública. Sou feliz com esta escolha. Atualmente trabalho como médica em meio horário, o que me permite estar mais tempo com os meus filhos.
De que forma as histórias contadas e os livros te marcaram na infância? Guardas a imagem de algo ou algum livro em particular?
A minha irmã sempre me leu muitas histórias. Quinze anos mais velha, sempre foi uma segunda mãe para mim e foi ela que me deu o gosto pela leitura. Ela oferecia-me livros para continuar a treinar o meu francês. Um dos livros que nunca esqueci, ainda guardo essa relíquia, é um livro com várias histórias da Disney (o livro da selva, Bela e o monstro, Cinderela….). Eu lia o livro over and over, desenhava no livro,… hoje consigo ver a marca do lápis que fazia para copiar as figuras das princesas. Outro livro que me marcou foi "As Filhas do Dr. March" da Louise May Alcott.
Como eleges cada um dos livros em que viajas com o Tomé e o Gaspar?
A maioria das vezes, sou eu que escolho o livro que vamos comprar. Outras vezes são eles. A maioria são comprados para abordar um tema que se encaixa numa dada situação do nosso dia a dia. Por exemplo, quando o Tomé tinha medo dos lobos comprei o livro do Mac Barnett “O Lobo, o Pato e o Rato” ou quando o Gaspar tinha dificuldade em colaborar na arrumação dos brinquedos comprei “Isto Não é Uma Selva”. Fazemos rotação de livros, isto é, coloco na estante do quarto à disposição uma seleção de livros, e mais ou menos, quinzenalmente, vou trocando. Outro exemplo, são as transições de estação ou as festas de aniversário com temáticas à volta de um livro em específico… O último aniversário do Tomé teve o tema "marinheiro" e o livro que nos acompanhou foi “Olá, Farol!”. Simplesmente lindo. Na rotina antes de dormir, são sempre eles que escolhem qual o livro que vamos ler. Às vezes, é difícil entenderem-se mas chegamos sempre a um consenso.
Como é que gostarias que os livros os transformassem?
Eu sei que atualmente os livros fazem parte da vida deles e gostaria que continuasse. Eu acredito que os livros são o “melhor brinquedo” de uma criança. É um momento de partilha entre nós, além de ser alimento para a imaginação. Eu espero que quando forem velhos e virem os nossos livros, os nossos momentos lhes venham à cabeça. Tenho por hábito pôr, na primeira página, a data e uma pequena dedicatória sobre o porquê daquele livro. Compramos livros em português, francês e inglês para se irem habituando. Além disso, sempre que viajamos, temos por hábito trazer 1 livro infantil na língua do país que fomos visitar. Mesmo que seja uma língua que não entendemos, inventamos uma história através das imagens.
De todos os livros infantis que já te passaram pelas mãos, qual o que teve um impacto mais transformador? Porquê ou de que forma?
Não consigo escolher um. Quase todos os livros que lemos em casa tiveram o seu papel a dado momento. Adoramos ler os pequenos livros das estações da Gerda Muller, porque as imagens retratam efetivamente as atividades que nós fazemos. E gostamos muito dos livros do Mac Barnett/Klassen pelo humor negro e momento de diversão que se cria.
Se pudesses, a quem darias um abraço apertado hoje?
Ao meu pai. Ele partiu no ano passado. Dava tudo para poder abraçá-lo. Temos um livro infantil que nos acompanhou nesse momento de dor, a mim e aos meus filhos. O livro chama-se a “Gota de Água”. Tem umas ilustrações lindíssimas e explica a morte de uma maneira muito simples e bonita através da gota de água que acaba por se misturar com o mar sem deixar de ser água, apenas perdendo a sua forma de gota.
Photo credit Felipe @acrossthemountains.